s irmãos Patrick João e Clayton Gonçalves engrossam as estatísticas dos empreendedores que utilizam a experiência de um emprego com carteira de trabalho assinada para montar o próprio negócio. Eles trabalharam durante seis anos em um tradicional barzinho de Goiânia (GO), até que decidiram administrar um estabelecimento que fosse deles. O crescente movimento no bar e restaurante Carne de Sol 1008, inaugurado há cerca de 4 anos, mostra que os sócios tomaram a decisão correta. Patrick era churrasqueiro no antigo emprego e, Clayton, garçom. “Um amigo, que também trabalhava com a gente me convidou para conhecer este ponto e montar um bar em sociedade. Como eu não tinha capital para começar, refinanciei um carro para investir nas obras de adequação do espaço. Depois de um mês, meu sócio desistiu e vendeu sua parte no negócio para o meu irmão. Fiquei um mês mais ou menos trabalhando sozinho aqui, porque o Clayton continuou no outro emprego, para ajudar a gente a pagar as contas”, explica Patrick. Das raízes nordestinas vieram alguns diferenciais que têm feito a fama da casa. Ingredientes como manteiga de garrafa, queijo do sertão e feijão verde se misturam a temperos da culinária local e dão um sabor especial aos pratos oferecidos aos clientes. O bar e restaurante comercializa espetinhos, pratos completos e individuais, porções, panelinhas e petiscos. Um dos destaques é o ‘Galo Véio’, acompanhado de arroz com pequi, angu e guariroba, entre outras guarnições. Os pratos mais pedidos são a picanha maturada e a carne de sol, servidas com arroz, mandioca, manteiga do sertão, feijão verde e paçoca. O cardápio extenso e as instalações pequenas são um desafio para a equipe do restaurante. De fora da família, trabalham ainda outros 66 empregados. Na opinião de Patrick, a maior dificuldade, além das questões financeiras, foi formar a clientela. “Nosso foco são as famílias. Não trabalhamos com música alta e nem com som ao vivo. Queremos ter um ambiente mais tranqüilo”, conta. No começo, eles serviam em média, cinco ou seis mesas por dia. Hoje, este número chega a 80 mesas, nos dias de maior movimento.